sexta-feira, 4 de novembro de 2011

VLT de Campinas

Vi, ontem na TV, que em Brasília estão construindo um sistema de  VLT´s (Veículo Leve sobre Trilhos) para atender a demanda de transporte para a Copa do Mundo. Lembrei-me então que aqui, em Campinas, foi construída e funcionou por uns 2 ou três anos, no começo dos anos 90, uma linha desse modal de transporte, que para sua construção não teve a necessidade de gasto algum com desapropriações, uma vez que utilizava o abandonado leito ferroviário da extinta Fepasa. A linha em questão ia do Jardim Miranda até a antiga estação da Fepasa. O plano era utilizar a malha ferroviária abandonada que possibilitaria interligar a Região do Ouro Verde até onde hoje existem vários shoppings, pelos lados da rodovia D.Pedro I além  de   interligar ao sistema o distrito de Barão Geraldo. A primeira linha foi inaugurada parcialmente e funcionou gratuitamente por algum tempo. Foram gastos, se não me falha a memória cerca de 100 milhões de dólares para a implantação dos trilhos construção de estações e de alguns viadutos. O fato é que, alegando falta de lucro, a empresa contratada para a operação do trecho retirou o material rodante, deixando de operá-lo e todo aquele investimento, em vez de ser preservado pela prefeitura para posterior retomada das obras e impedimento da deterioração do que já havia sido construído, foi deixado à inevitável destruição e vandalização. Outra grande desculpa para a paralisação do sistema era que o ponto inicial ficava muito distante do centro da cidade o que, como vemos hoje é uma falácia, já que o terminal rodoviário metropolitano fica ainda mais distante e não houve  nenhuma reclamação dos usuários.
Hoje vemos Campinas, cada dia que passa, com mais carros e ônibus poluidores, com um sistema de transporte coletivo ineficiente, enquanto as ruínas das estações do VLT servem de abrigo à drogados e marginais e o antigo leito ferroviário, na maior parte do traçado tomado pelo mato e pelo lixo e, na outra parte  utilizado com os mais diversos fins, o último dos quais foi a doação para uma faculdade particular. 
Eu deixo uma pergunta no ar: quem foi responsabilizado pelo prejuízo de tantos milhões de reais, transformados, literalmente, em lixo?